Quando os olhos já não escutam
Uma aproximação à pós-formance
Resumo
Neste artigo se discute a fragilidade do olhar, especificamente a partir da documentação da performance. Pois a mesma legitimidade que arquiva, tem sido usada para simular uma ação que nunca aconteceu. Para objetivar essa hipótese, se apresenta o conceito “pós-formance”, como nova vertente das artes visuais que divergem da performance de execução tradicional. Pleiteia-se, no reconhecimento da pós-formance, a necessidade de categorizar certos tipos de ações que apresentam uma execução simulada e, mesmo assim, com o passar das décadas, têm conseguido se solidificar até obter uma equivalência ao princípio de procedência arquivístico da performance. Embora, os casos de estudo aqui apresentados como pós-formance, sejam ações que de fato nunca foram executadas, as ações, têm obtido legitimidade, validação, comercialização e inserção pelo próprio sistema da arte, alcançando lugares privilegiados na performance ocidental. Identifica-se na “pós-formance” a desconstrução da condição de presença, pois assume-se que, para a criação de uma ação de teor artístico, já não é necessária a fisicalidade dos corpos, a execução efetiva da ação e menos a construção temporal, condições estas que antes eram inalienáveis na performance. Nesse caso, o visual perceptivo da performance fica relegado pelo desenvolvimento discursivo (grafemas e fonemas). Para a confirmação dessa hipótese, tomam-se como casos de estudo as obras: Action 2. Aktion Sommer (1965), de Rudolf Schwarzkogler, e Fantasia de Compensação (2004), de Rodrigo Braga. Palavras-chaves: Corpo; Documentação; Olhar; Performance; Pós-formance.Downloads
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