“Abeiramento”: aproximação e distanciamento como experiência estética

Autores

Resumo

Busca-se neste textoperfazer um movimento de descolonização de algumas noções de arte que são tidas como hegemônicas, por meio de uma problematização de alguns paradoxos da arte contemporânea, que se aproxima da vida, ao mesmo tempo em que é tida como hermética para o grande público, e que busca desmistificar noções tradicionais, tais como as de “gênio”, “inspiração” e “virtuosismo”, ao mesmo tempo em que impele o público a adotar o conceitualismo. Também, faz-se aqui aproximações a algumaspropostas artísticas que consideramos “abeirais”, corroborando um tipo de pluralismo que, ao mesmo tempo em que dialoga com as noções hegemônicas, independe da noção de arte euro-estadunidense, imposta pela colonialidade.Palavras-chave: Abeiramento. Descolonização. Arte contemporânea. Pluralismo.

Biografia do Autor

Francesco Napoli, UFMG

Graduado em História pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, Mestre em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal de Ouro Preto e Doutor em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor titular da Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: francesconap@gmail.com. ORCID: 0000-0002-4254-9507.

Yacy-Ara Froner, UFMG

Graduada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto, Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo e Doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo. Professora titular da Escola de Belas Artes da UFMG e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da UFMG. Coordena o grupo de pesquisa ArCHE (Ambientes - Arte, Conservação e História). E-mail: yacyara.froner@gmail.com. ORCID: 0000-0002-5675-6945.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O que é contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.

AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

BAZIN, Germain. História da História da Arte. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1989.

BEY, Hakim. TAZ: zona autônoma temporária. São Paulo: Conrad, 2001. (Coleção Baderna)

BOURDIEU, Pierre. A Economia das trocas simbólicas. São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1987.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

BOURDIEU, Pierre. O amor pela arte: os museus de arte na Europa e seu público. São Paulo: Edusp, 2003.

BOURRIAUD, Nicolas: Formas de vida: a arte moderna e a invenção de si. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2000.

COLI, Jorge. O corpo da liberdade. São Paulo: Cosac & Naify, 2010.

DANTO, Arthur. O mundo da arte. Artefilosofia, Trad. Rodrigo Duarte, no. 1, p. 13-25, jul. 2006. Disponível em: https://periodicos.ufop.br/raf/article/view/791/746. Acesso em: 06 out. 2021.

FREI BETTO. Freire: a leitura do mundo. Correio Riograndense. Caxias do Sul, n. 4538, 23 jul. 1997.

FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados. Cortez, 1989.

FRONER, Yacy-Ara. Arte Colonial Brasileira: lacunas e abrangência; análise e métodos de aproximação. In: Anais do CBHA, 2010. Disponível em: http://www.cbha.art.br/coloquios/2010/anais/site/pdf/cbha_2010_Froner_Yacy_art.pdf. Acesso em: 06 out. 2021.

MIGNOLO, Walter D. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira em Ciências. Sociais, São Paulo, v. 32, n. 94, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/nKwQNPrx5Zr3yrMjh7tCZVk/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 06 out. 2021.

NAPOLI, Francesco. “Abeiramento”: performance e descolonização no Brasil contemporâneo. Tese (Doutorado em Artes) - Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes: Belo Horizonte, 2021.

OLIVEIRA, Rachel Cecilia. Após o fim da arte europeia: uma análise decolonial do pensamento sobre a produção artística. dois pontos, Curitiba, São Carlos, v. 15, n. 2, p. 89-98, setembro de 2018. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/doispontos/article/view/62705. Acesso em: 06 out. 2021.

PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

PETERS, Olaf (org). Degenerated Art: the attack on modern art in Nazy Germany, 1937. New York: Neue Galerie, 2014.

PIRES, Eloiza Gurgel. Experiência e linguagem em Walter Benjamin. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 40, n. 3, p. 813-828, jul./set. 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1517-97022014041524. Acesso em: 06 out. 2021.

SANTIAGO, Silviano. O entre-lugar do discurso latino-americano. In: ___. Uma literatura nos trópicos. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 9-26.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Ubu, 2018.

Downloads

Publicado

2022-02-05