Escuta Profunda
Resumo
Compartilho experiências vividas em e com uma aldeia indígena Krahô, Manoel Alves Pequeno (no Estado do Tocantins), e a performance fruto dessa convivência registrada em videodança, que se intitula “Cuhĩ”. Para construir e/ou ampliar significados sobre essa experiência com os Krahôs, coloco na prática a pesquisa que chamo de “artística in-ex-corporada”, que se nutre da Prática como pesquisa, Pesquisa Experiencial e Pesquisa Performativa. Por meio da escuta atenta, de observações assistematizadas e contínuas que ocorreram durante a convivência cotidiana, e de interações que percebi como espontâneas, fluidas e naturais, aprendizados e conhecimentos me foram presenteados, os quais apresento nesse texto. Nesse processo de ‘transitividade cultural’, ao compartilhar com eles de seu escasso alimento, comia também, talvez de forma antropofágica, a energia generosa da convivência que escolhe por ‘gastar’ o tempo com conversas e aprofundamento das relações. Escutar, escutar mais e melhor, escutar profundamente. Conversas ‘levadas’ horas a fio. Embrenhar-se na reflexão existencial de forma leve. Há ênfase no diálogo, que se torna cada vez mais escasso nos meios em que convivo, e que ali acontecia de forma orgânica. Mas não há porque romantizar. Eles/somos povo guerreiro que resistem a vários problemas e desafios. Ao finalizar minha apresentação dessa experiência vivida com os Krahôs na Conferência “Engajando com comunidades: Pedagogias criativas”, na Universidade de Auckland (Nova Zelândia, 22 a 25 de novembro de 2017), recebi a seguinte pergunta: Como podemos ajudar os Krahôs? Minha resposta é: Será que podemos, também, inverter a lógica dessa pergunta?Downloads
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