“Mas o que é, afinal, um negro? E, para começar, de que cor é?”: a evolução da imagem do negro no teatro francês do século XX
Resumo
Este artigo propõe uma breve pesquisa sobre a aparição e a evolução da figura do negro nas artes cênicas na França, detendo-se mais especificamente ao final do século XIX e ao século XX. A base de estudo é a publicação Du Noir au nègre: l’image du Noir au théâtre, de Marguerite de Navarre à Jean Genet (1550-1960), de Sylvie Chalaye. Além da observação de aspectos sociopolíticos e das formas utilizadas para representar o negro em cena, detalhadamente descritos por Chalaye, lança-se aqui também o olhar sobre essas imagens que se modificaram a partir da expansão colonial europeia na África e criaram caricaturas e estereótipos. O estudo encerra-se com Os negros (1959), de Jean Genet. Nessa peça, o dramaturgo valeu-se justamente do grotesco para, mais do que denunciar, buscar desintegrar o imaginário sobre o negro, posto até aquele momento. A reflexão sobre o rompimento que Genet promove, levando aos limites a representação teatral da relação entre brancos e negros, encerra o debate proposto e reforça o questionamento que o autor lança na epígrafe da obra dramática sobre o que seria um negro e que cor teria esse sujeito, citada no título deste artigo.Downloads
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