Aprender o que não foi ensinado: processos educacionais no Cavalo Marinho pernambucano
Resumo
Uma informação é recorrente entre os mestres da manifestação tradicional do Cavalo Marinho - realizada por trabalhadores da cana-de-açúcar da Zona da Mata Norte de Pernambucano – a de que não ensinam e não se pode ensinar a brincar Cavalo Marinho. O que essa afirmação aparentemente contraditória pode revelar sobre o processo educativo e as transmissões de saberes envolvidos no universo da brincadeira? Quais as relações entre os modos de ensinar e aprender da brincadeira com as tradições orais da diáspora africana? Quais as possiblidades de distinguirmos os repertórios das culturas africanas nessa expressão cultural, que se constitui por misturas e cruzamentos culturais? A presente comunicação tem por objetivo refletir sobre os processos de ensino-aprendizagem encontrados em certos grupos de Cavalo Marinho, a partir de reflexões sobre o tema, vindas de mestres e brincadores e de observações de campo. Ao buscar compreender como o conhecimento se materializa nos corpos e se dá a ver no momento da performance, da brincadeira, percebem-se modos particulares de lidar com processos educacionais que se chocam com métodos e sistemas educacionais vigentes.Downloads
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