Provocações Possíveis para Perguntas Infindáveis: corpo, arte e pandemia
Abstract
Entre 1593 e 1594, na Itália, Caravaggio, um dos ícones da pintura barroca, pintou o quadro Bacchino Malato (Pequeno Baco Doente). No quadro, o Deus da fartura, do vinho, das orgias e das pulsões é retratado de uma forma inédita, quase que paradoxal: doente. Com isto, Caravaggio foi o primeiro a trazer a imagem do Deus greco-romano da Vida em seuestado oposto. Alvo de infinitos estudos e metáforas, de uma centena de momentos e episódios históricos, a obra nos profetiza o risco que nossos desejos e afetos correm em tempos de incertezas e crises: a doença de Baco. Estaríamos na ante-sala de uma nova era? Estaríamos percebendo o definhar de um Baco, para o aumento de uma biopolítica(FOUCAULT, 2010) em escalas antes inimagináveis? A era do corpo-controle, do 24/7 (CRARY, 2016)? Do medo do próprio corpo, do medo do corpo do outro, do medo do corpo social?References
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