O quilombismo das dramaturgias afrocontemporâneas francófonas
Abstract
No porão do navio negreiro, os escravos transportaram, graças a uma estranha memória do corpo, a lembrança de práticas relevantes do teatro que voltaram à tona nos engenhos e participaram de uma forma de resistência e de subversão. As formas dramáticas da África e das diásporas africanas possuem hoje a mesma energia quilombola que é compartilhada pela oralidade, a máscara, o carnaval, o jogo duplo e a luta contra qualquer identidade de atribuição, qualquer identidade fechada que confine o teatro dentro de uma estética africana ou caribenha pré-concebida e exotizante. É essa energia de criação em particular, essa vibração diaspórica afro-contemporânea que nos propomos a evidenciar e a analisar aqui. As dramaturgias da África e das diásporas passam a representar um verdadeiro repertório afro-contemporâneo, elas se pensam no mundo e assumem uma hibridização e uma propagação oriundas da história colonial como força de invenção e de renovação, força de emancipação para um teatro que recusa os limites herdados pelo período pós-colonial e que não se denomina negro, mas sim quilombola.Downloads
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