Provocações Possíveis para Perguntas Infindáveis: corpo, arte e pandemia
Resumo
Entre 1593 e 1594, na Itália, Caravaggio, um dos ícones da pintura barroca, pintou o quadro Bacchino Malato (Pequeno Baco Doente). No quadro, o Deus da fartura, do vinho, das orgias e das pulsões é retratado de uma forma inédita, quase que paradoxal: doente. Com isto, Caravaggio foi o primeiro a trazer a imagem do Deus greco-romano da Vida em seuestado oposto. Alvo de infinitos estudos e metáforas, de uma centena de momentos e episódios históricos, a obra nos profetiza o risco que nossos desejos e afetos correm em tempos de incertezas e crises: a doença de Baco. Estaríamos na ante-sala de uma nova era? Estaríamos percebendo o definhar de um Baco, para o aumento de uma biopolítica(FOUCAULT, 2010) em escalas antes inimagináveis? A era do corpo-controle, do 24/7 (CRARY, 2016)? Do medo do próprio corpo, do medo do corpo do outro, do medo do corpo social?Referências
BUTLER, Judith. Corpos que importam: os limites discursivos do sexo. São Paulo: N-1, 2019.
CRARY, Jonathan. 24/07: capitalismo tardio e os fins do sono. São Paulo: Ubu Editora, 2016.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.
FOUCAULT, Michel. O Corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: N-1, 2013.
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MATESCO, Viviane. Corpo, ação e imagem: consolidação da performance como questão. Revista Poiésis, v.13, n.20, dez. 2012. p. 105-118. Disponível em: https://periodicos.uff.br/poiesis/article/view/26901/15612. Acesso em: 10 jun. 2020.
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