Provocações Possíveis para Perguntas Infindáveis: corpo, arte e pandemia

Autores

  • Eduardo Bruno Fernandes Freitas

Resumo

Entre 1593 e 1594, na Itália, Caravaggio, um dos ícones da pintura barroca, pintou o quadro Bacchino Malato (Pequeno Baco Doente). No quadro, o Deus da fartura, do vinho, das orgias e das pulsões é retratado de uma forma inédita, quase que paradoxal: doente. Com isto, Caravaggio foi o primeiro a trazer a imagem do Deus greco-romano da Vida em seuestado oposto. Alvo de infinitos estudos e metáforas, de uma centena de momentos e episódios históricos, a obra nos profetiza o risco que nossos desejos e afetos correm em tempos de incertezas e crises: a doença de Baco. Estaríamos na ante-sala de uma nova era? Estaríamos percebendo o definhar de um Baco, para o aumento de uma biopolítica(FOUCAULT, 2010) em escalas antes inimagináveis? A era do corpo-controle, do 24/7 (CRARY, 2016)? Do medo do próprio corpo, do medo do corpo do outro, do medo do corpo social?

Biografia do Autor

Eduardo Bruno Fernandes Freitas

Artista-pesquisador-docente, é graduado em Lic.em Teatro (IFCE), especialista em Semiótica (UECE) e mestre em Artes Cênicas (ECA-USP). Integrante do EmFoco Grupo de Teatro/CE, desde sua fundação em 2009, atualmente faz parte do Coletivo WE, do Núcleo de Estudos da Performance e é curador do Festival Imaginários Urbanos e da Galeria Sem Titulo Arte para a Mostra Sistema Aberto. E-mail: eduardobfreitas@hotmail.com

Referências

BUTLER, Judith. Corpos que importam: os limites discursivos do sexo. São Paulo: N-1, 2019.

CRARY, Jonathan. 24/07: capitalismo tardio e os fins do sono. São Paulo: Ubu Editora, 2016.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

FOUCAULT, Michel. O Corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: N-1, 2013.

____________. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

MATESCO, Viviane. Corpo, ação e imagem: consolidação da performance como questão. Revista Poiésis, v.13, n.20, dez. 2012. p. 105-118. Disponível em: https://periodicos.uff.br/poiesis/article/view/26901/15612. Acesso em: 10 jun. 2020.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Ed. Hemus, 2002.

RAVENA, Isadora. Sinfonias para o fim do mundo. Fortaleza: LAC, 2020.

REIS, Marfiza Ramalho. O corpo como expressão de arquétipos junguianos. Revista Brasileira da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, n. 20, São Paulo: Palas Athena, 2002. p. 1-15. Disponível em: http://www. marfizareis.com.br/textos/o_corpo_como_expressao_de_arquetipos. pdf. Acesso em: 10 jun. 2020.

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Publicado

2020-06-29

Edição

Seção

PARTE III - Escritas do corpo e da imaginação política