Cenas domésticas nos Salões de Paris:

exercício de leitura da pintura de Chardin

Autores

Resumo

Nosso propósito é revisitar um capítulo da história da arte europeia compreendido no final do Antigo Regime por meio de uma leitura crítica de alguns quadros de Jean-Baptiste-Siméon Chardin (1699-1779), artista francês que se dedicou à pintura de interiores domésticos, cenas de trabalho ou lazer individuais cujas personagens são notavelmente jovens mulheres e crianças. Orientamos nossa análise das obras de Chardin a partir de três questões centrais, que nos servem de pano de fundo: a figuração do interior doméstico, a nova dinâmica de debate em torno do significado moral e político das obras de arte e a reelaboração do sentido de interioridade ou vida interior. Nossa opção por propor uma discussão sobre a obra de um artista ao século XVIII se baseia na hipótese de questões estéticas, morais e políticas relacionadas à representação artística parecem ingressar de maneira inédita na vida cultural da metrópole parisiense naquele contexto de emergência de uma esfera pública discursiva (que se manifesta na profusão de livrets, dicionários especializados e da própria crítica de arte). Com isso, buscamos realizar um exercício crítico de olhar para a pintura do passado com as ferramentas críticas das quais dispomos hoje para a análise dos materiais ideológicos que compõem o campo da representação.

Biografia do Autor

Beatrice Frudit, Escola de Comunicações e Artes - Universidade de São Paulo

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais na ECA-USP, na linha de pesquisa História, Crítica e Teoria da Arte. 

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Publicado

2023-12-30