Memórias de Um Mundo Além do Abismo

Autores

  • Bárbara Maia Aix-Marseille Université

Resumo

Memórias de um mundo além do abismo é resultado do projeto de criação desenvolvido no Mestrado de Artes e Cenas Atuais, Arts et scènes d'aujourd'hui, da universidade AMU, Aix-Marseille Université, de Marselha e Aix-en-Provence, França, entre os anos de 2020 e 2022. O espetáculo foi apresentado em três ocasiões na França e seu texto, em francês, premiado com o segundo lugar do Prix Prémices da universidade de Toulouse, sendo editado e lançado pela editora Domens, na série Tangentes. Os quadros que compõem a narrativa ilustram o sentimento de uma mulher periférica distante de sua terra natal. Ela se interroga sobre o seu lugar no mundo. Uma noite de insônia durante a pandemia de covid XIX traz memórias e reflexões sobre experiências vividas no Brasil e na França; duas partidas de futebol distantes no tempo atordoam esta brasileira apartada de sua pátria, do seu time e da sua torcida do coração; o corpo disciplinado pela escola católica; um príncipe e as heranças de um reinado; o povo e as fraturas de um país nascido das violências coloniais; a alegria como forma de resistir. A sensação da existência de um abismo entre os dois mundos experienciados pela artista dá vida a esta obra. A colonialidade presente na construção dos corpos e imaginários rege, ainda, o mundo e as relações. Recuperar a memória de cotidianos e sutis atos de resistência é uma tentativa de vislumbrar a própria identidade. Compartilhar esse trabalho com o público é um ato político. Palavras-chave: Dramaturgia contemporânea. Auto-ficção. Teatro decolonial.

Biografia do Autor

Bárbara Maia, Aix-Marseille Université

Atriz criadora brasileira, instalada atualmente na França. Nascida na periferia de um país periférico, encontrou no teatro e na escrita a possibilidade da transubstanciação de uma realidade por vezes cruel. Diplomada em importantes escolas de teatro no Brasil e finalizando seu mestrado na França, é também professora de arte especializada em Gênero e Diversidade na Educação. No Brasil, escolheu a escola pública e o teatro independente para se engajar política e artisticamente. Na França, seu gesto teatral é provocado pela experiência de mulher imigrante e a necessidade de entender e falar sobre a colonialidade se torna um motor criativo.

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Publicado

2024-06-15