O Bicho do Grupo Opinião
abordagens entre/nas políticas cênicas, em diálogo com Platão e a sua "República"
Resumo
Este artigo dedica-se a apresentar um estudo crítico sobre a obra dramatúrgica "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" (1966), de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar. São convocados nesta obra elementos dramatúrgicos que recebem tratamento de caráter épico-popular, os quais versam e se realizam por uma epicização da cena, em contato com a astúcia do campesinato frente às operações do coronelismo de liame feudal, e a política de Estado, de caráter social tirânico. A obra, realizada pelo Grupo Opinião durante o período do regime ditatorial civil militar brasileiro, é abordada com a finalidade de provocar aproximações históricas e filosóficas entre os elementos políticos e da poesia de Platão, presentes nos Livros II, III e X da obra "A República", com uma práxis no teatro brasileiro demarcada como teatro de resistência. O estudo interpela enunciações apoteóticas das formulações políticas e artísticas platônicas e faz desfilar embreadores discursivos e críticos que discorrem sobre política, ajustiça, educação e poesia mimética. Por conseguinte, trata-se aqui de política, não enquanto e tão somente a de Estado, mas sim sobre aquela que se efetua às margens, nos interstícios entre o passado e o presente brasileiro manifestado na operacionalização poético-dramatúrgica, cujas bases são configuradas em um enredo cordelista e popular. Palavras-chave: Grupo Opinião. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. História do teatro brasileiro. Platão. A República.Downloads
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