A Peste na voz e a ressignificação da palavra: reflexão de pressupostos de Antonin Artaud a partir do espetáculo Olhar de Frente

Autores

  • Desirée Pessoa

Resumo

 O presente texto se dedica a tecer uma reflexão sobre aspectos da emissão vocal na cena contemporânea, a partir do encontro entre pressupostos de Antonin Artaud e procedimentos técnicos do espetáculo Olhar de Frente. A encenação, produzida pelo grupo NEELIC (Núcleo de Experimentação e Expansão da Linguagem Cênica), foi registrada em crítica de Antonio Holhfeldt (2018), publicada no Jornal do Comércio, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul e cidade natal do coletivo cênico; cuja análise proporciona ao leitor a possibilidade reflexiva a partir do entrelaçamento entre teoria do teatro e análise da prática. Da obra de Artaud, é debatida a questão da linguagem, sendo a noção de peste desenvolvida no decorrer da reflexão. Do espetáculo, são apresentados e desenvolvidos seus quatro fatores principais, no que se refere à elaboração vocal: a) transmutação do principal texto de referência original em uma estrutura que dá origem ao espetáculo, mas não o explicita na cena; b) intertextualidade descoberta a partir de experimentações práticas; c) ressignificação de palavras a partir da repetição; d) emergência da palavra articulada a partir de ruídos vocais experimentados na própria cena. O estudo apresenta como conclusão a proposta de um envolvimento criativo com o legado de Artaud para o desenvolvimento de práticas, técnicas e investigações possíveis no campo da voz para a cena.

Biografia do Autor

Desirée Pessoa

Doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); diretora do grupo de teatro e performance NEELIC (Núcleo de Experimentação e Expansão da Linguagem Cênica); Porto Alegre, RS, Brasil; Av. França, 1149, Bairro Navegantes, CEP: 90230-220; 

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Artigos - Vozes em Ação