DNA afetivo kamê e kanhru — Concepção de uma prática colaborativa em uma comunidade Kaingang

Autores

  • Kalinka Mallmann
  • Joceli Sales
  • Andreia Oliveira

Resumo

DNA Afetivo kamê e kanhru diz respeito a uma prática artística colaborativa atrelada a uma comunidade indígena Kaingang, a qual se encontra em andamento. Essa ação em arte busca fomentar o não esquecimento dos modos específicos de organização social da cultura Kaingang. Através deste artigo, compartilho o projeto DNA afetivo kamê e kanhru na forma de uma experiência artística colaborativa e processual. Este estudo utiliza-se da metodologia em poéticas visuais, em que teoria e prática entrelaçam-se para instaurar discursos e reflexões concernentes à experiência proporcionada pelo projeto proposto. Assim sendo, foi possível refletir em torno de como se concebe uma prática artística colaborativa vinculada a grupos e comunidades específicas e, desse modo, problematizar o termo “colaboração em arte”, partindo de referências práticas e teóricas do contexto da arte contemporânea. Essa reflexão aproximou-se, principalmente, das reflexões do teórico e crítico das artes Grant H. Kester que, nos últimos anos, deteve suas investigações nos processos colaborativos em arte, analisando as produções emergentes entre artistas, não artistas e comunidades. Esse estudo permitiu compreender que, em projetos artísticos colaborativos, a abertura do trabalho ao outro instaur-se desde o princípio. Nessa perspectiva, fortalecem-se os aspectos em torno da ética, os quais redefinem o papel do artista, que atua agora como mediador, ao ceder a autonomia do fazer artístico. Também foi possível revelar as características transdisciplinares dessas práticas colaborativas em arte bem como destacar o importante papel dos encontros, diálogos e trocas, instaurando uma dinâmica recíproca e efetivamente colaborativa.

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Publicado

2018-12-23

Edição

Seção

Outras Artes