O Teatro de Grupo paulistano e a encruzilhada

Reparações históricas, epistemológicas e estéticas

Autores

Resumo

Nas últimas décadas, verifica-se nas práticas e discursos de grupos teatrais paulistanos o crescimento de abordagens que desafiam a colonialidade e perseguem reparações históricas, epistemológicas e estéticas. Destacamos aqui algumas dessas propostas, cujos relatos provêm de uma cartografia dos projetos premiados pelas quarenta primeiras edições do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo (2002-2022). Inicialmente, apresentamos a metodologia da cartografia. Em seguida, recuperamos as propostas da “encruzilhada”, de Leda Maria Martins (1997; 2021), e da "pedagogia das encruzilhadas”, de Luiz Rufino (2019). O “cruzo” entre esses autores, voltados ao resgate, valorização e promoção das sabedorias ancestrais é aplicado às abordagens de coletivos teatrais paulistanos que desafiam as práticas e discursos hegemônicos. Eles estão organizados em três subgrupos: Teatro de Periferia, Teatro Negro e Teatro LGBTQIAPN+. Por fim, ressaltamos o convívio de dois movimentos antagônicos, evidenciando aspectos da disputa de padrão civilizatório em curso:  de um lado, a extrema-direita e seu populismo reacionário (Lynch; Casimiro, 2022), e do outro, o "cruzo" do teatro paulistano, apoiado pelo Fomento ao Teatro, atuando na resistência democrática, em prol de valores dissidentes.  Palavras-chave: Teatro de grupo; Encruzilhada; Reparações; Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

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Publicado

2025-08-07