Rebento 21 - Heranças e resistências anti-coloniais no Cone Sul: propostas e percalços em torno do Ensino e da Pesquisa em e com as Artes

2024-11-25
A Revista Rebento abre chamada para contribuições para sua edição de número 21. Com o título "Heranças e resistências anti-coloniais no Cone Sul: propostas e percalços em torno do Ensino e da Pesquisa em e com as Artes",  o número 21 pretende mapear os debates nacionais e internacionais em torno dos termos descolonial, decolonial, anticolonial, contra colonial e não colonial no ensino das artes. Estão convidadas a integrar a edição discussões assentadas em torno de três núcleos: 1. as práticas de enfrentamento à herança colonial experimentadas nas áreas do ensino que têm as artes em seus processos de construção de saberes; 2. as violências sofridas por docentes, artistas e estudantes diante da manutenção dos sistemas de poder colonialistas no século XXI; 3. propostas de resistência contra colonial, em diálogo com os movimentos sociais em curso. A Editoria deste número, a cargo do Grupo de Pesquisa Performatividades e Pedagogias, coordenado pela Profa. Dra. Carminda Mendes André, entende no conceito de colonialidade a identificação do colonialismo, vigente mesmo após a independência das Colônias; a partir do que questiona as atuais estratégias de silenciamento de pessoas, grupos e epistemes e como têm sido enfrentadas. Conforme descreve o mexicano Pablo González Casanova (2006), a colonialidade é estrutural, perpetuando seu projeto de dominação nos campos econômico, político, social e cultural e ameaçando as iniciativas anti-coloniais de caráter educacional, apesar da disseminação crescente, na reflexão sobre as artes, de conceituações que evidenciam a lógica duradoura da Modernidade-Colonialidade. Em Os Condenados da Terra, Frantz Fanon (2022) insiste que “[...] a cultura nacional, nos países subdesenvolvidos, deve situar-se, pois, no centro da própria luta popular. [...] uma luta constante contra as novas formas de colonialismo e uma negação obstinada de não nos deixarmos iludir” (Fanon, 2022, p. 17). Na realidade brasileira, as abordagens que desafiam a colonialidade nos mais diversos processos artísticos e arte-educativos, formais e não-formais, estão alinhados com as lutas populares? Por outro lado, a arte-educação integra-se à agenda de interesses e ao cotidiano dos movimentos? Como essa relação poderia ser fortalecida, para que se pratique efetivamente iniciativas não coloniais nas artes e na educação, ensaiando outros modos de existência? Como os e as agentes da cultura e da educação se preparam para conhecer e destituir as novas facetas da dominação e do saque colonial? De que modo as instituições de ensino superior nutrem as perspectivas de resistência nos modos de ensinar e aprender, incluindo repertórios e materiais? As inquietações nacionais movidas pela perspectiva decolonial logram constituir redes com outras iniciativas latinoamericanas, que também se contraponham às violências perpetuadas no Novo Continente desde o chamado "descobrimento"? Contribuições na forma de artigos, resenhas de livros, cadernos de artista, relatos de processo, traduções, glossários de termos, podcasts e ensaios visuais devem ser enviadas para a plataforma da Revista Rebento (https://www.periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento) até 01/03/2025, para publicação em Junho-Julho de 2025.