https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/issue/feed Rebento 2025-08-07T09:26:49+00:00 Revista Rebento revista.rebento.ia@unesp.br Open Journal Systems <div>Título: Revista Rebento (Online). </div> <div>ISSN: 2178-1206.</div> <div>ISSN-L: 2764-2062. </div> https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/1079 Abertura 2025-08-07T09:26:49+00:00 Lucia Regina Vieira Romano lucia.romano@unesp.br Yaskara Donizete Manzini askara.d.manzini@unesp.br Élder Sereno Ildefonso elder.sereni@unesp.br <p>A edição de número 20 da <strong>Revista Rebento</strong>, intitulada "Obs-cena: investigações sobre o que mal cabe no olhar", convocou artistas, pesquisadoras e pesquisadores&nbsp; interessados/as em o que está ou é colocado "fora" da cena, enfocando as potências do inacabado, do proibido, do ameaçado de apagamento e do que é percebido como negativo. Recebemos relatos de experiências vivenciadas em espaços responsáveis pela fermentação de processos criativos - como os salas de ensaio, pesquisas de campo, laboratórios, estúdios, ateliês e blocos de anotação, entre outros - ou ocupados por linguagens limítrofes, ou inventados por sujeitos que reclamam por voz. Entre as perguntas da edição, provocamos nossos colaboradores e colaboradoras a pensarem sobre o papel das artes visuais, do teatro, do circo e da dança na ampliação dos limites da moralidade pública aceitos em determinados ambientes, assim como a compreenderem em seus escritos o que está ausente ou ainda informe na historiografia, na dramaturgia, nos estudos acadêmicos, no espaço expositivo e no escopo da crítica.</p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Lucia Regina Vieira Romano, Yaskara Donizete Manzini, Élder Sereno Ildefonso https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/953 Pornoterrorismo(s) sudakas 2025-05-06T20:58:29+00:00 Maria Julia Ferretti mariajuliaferretti@outlook.com <p>O presente artigo apresenta aspectos do movimento pornoterrorista, a partir do trabalho de Diana J. Torres, ressaltando o seu caráter de enfrentamento para comentar acerca das suas possíveis reverberações na América do Sul. Pretende-se dialogar com as performances de Nadia Granados e Bruna Kury, que a partir de suas vivências e lutas, criam em suas práticas uma arte de guerrilha capaz de dilatar imnaginários pornográficos através do deboche, choque e confronto, questionando e denunciando o sistema normativo, bem como perpetuando novas formas de prazer. Conclui-se que essas ações pornoterroristas, ao se fazerem resistentes a um "cistema" opressor, apropriam-se desses espaços e formatos normativos para transformá-los com suas artes, fazendo de suas sexualidades potências de existências.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong><span style="font-weight: 400;"> Pornoterrorismo; Dissidência; Performance; Sexualidade.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Maria Julia Ferretti https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/997 Máscaras de posição 2025-07-13T18:02:47+00:00 Everton Lampe de Araujo everton.araujo@unespar.edu.br <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo busca compartilhar a construção conceitual da noção de máscaras de posição na cena contemporânea, através da identificação do fenômeno da incorporação de máscaras nas táticas de movimentos populares, grupos teatrais e performers, produzindo imaginação estética e construindo ações de protesto através de composições performativas que disputam o campo simbólico das práticas cênicas contemporâneas. Por serem rechaçadas através dos discursos homogeneizantes das grandes mídias, influenciando o imaginário social contra as ações mascaradas, a proposta deste texto é ampliar as perspectivas discursivas teatrais dessas imagens políticas, revelando a tomada de posição das máscaras frente ao fazer artístico, não sendo qualquer máscara em qualquer tempo uma máscara de posição. </span></p> <p><strong>Palavras-chave: </strong><span style="font-weight: 400;">Política; Máscaras; Composição; Ativismo; Sociedade.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Everton Lampe de Araujo https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/986 Poetas performers da memória 2025-07-02T20:21:46+00:00 Eleonora Frenkel Barretto eleonora.frenkel@ufsc.br <p><span style="font-weight: 400;">O artigo tem o objetivo de apresentar criações em performance e poesia das artistas latino-americanas Maria Evelia Marmolejo, Nelbia Romero, Regina José Galindo, Cecilia Vicuña e Mónica Carrillo Zegarra, pensando-as como arte da memória, poéticas que promovem o gesto ético de não deixar esquecer e a sugestão de formas de restauração simbólica. Ao tornar presente a memória das catástrofes na América Latina, desvendam vínculos entre as violências, que conduzem processos históricos que vão da escravização e expropriação territorial colonial à repressão, encarceramento, desaparecimento e mortes durante as ditaduras militares. Manter viva a memória e a intrínseca relação entre essas formas de violência se configura como uma política que se opõe ao negacionismo histórico e ao memoricídio que caracterizam práticas atuais da extrema direita. Para além da memória das catástrofes, as artistas aqui apresentadas trazem a memória de saberes e práticas incorporadas historicamente banidas e cuja sobrevivência permite aberturas para outras epistemologias e cosmogonias. </span></p> <p><strong>Palavras-chave: </strong><span style="font-weight: 400;">Política da memória; Arte da memória; Performance; Poesia; América Latina.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Eleonora Frenkel Barretto https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/972 Quando os olhos já não escutam 2025-06-23T09:19:49+00:00 Andrés Felipe Restrepo Suárez andres.r.suarez@unesp.br <p><span style="font-weight: 400;">Neste artigo se discute a fragilidade do olhar, especificamente a partir da documentação da </span><em><span style="font-weight: 400;">performance. </span></em><span style="font-weight: 400;">Pois a mesma legitimidade que arquiva, tem sido usada para simular uma ação que nunca aconteceu. Para objetivar essa hipótese, se apresenta o conceito “pós-formance”, como nova vertente das artes visuais que divergem da </span><em><span style="font-weight: 400;">performance </span></em><span style="font-weight: 400;">de execução tradicional. Pleiteia-se, no reconhecimento da pós-formance, a necessidade de categorizar certos tipos de ações que apresentam uma execução simulada e, mesmo assim, com o passar das décadas, têm conseguido se solidificar até obter uma equivalência ao princípio de procedência arquivístico da </span><em><span style="font-weight: 400;">performance. </span></em><span style="font-weight: 400;">Embora, os casos de estudo aqui apresentados como pós-formance, sejam ações que de fato nunca foram executadas, as ações, têm obtido legitimidade, validação, comercialização e inserção pelo próprio sistema da arte, alcançando lugares privilegiados na </span><em><span style="font-weight: 400;">performance</span></em><span style="font-weight: 400;"> ocidental. Identifica-se na “pós-formance” a desconstrução da condição de presença, pois assume-se que, para a criação de uma ação de teor artístico, já não é necessária</span> <span style="font-weight: 400;">a fisicalidade dos corpos, a execução efetiva da ação e menos a construção temporal, condições estas que antes eram inalienáveis na </span><em><span style="font-weight: 400;">performance. </span></em><span style="font-weight: 400;">Nesse caso, o visual perceptivo da </span><em><span style="font-weight: 400;">performance</span></em><span style="font-weight: 400;"> fica relegado pelo desenvolvimento discursivo (grafemas e fonemas). Para a confirmação dessa hipótese, tomam-se como casos de estudo as obras: </span><em><span style="font-weight: 400;">Action 2. Aktion Sommer </span></em><span style="font-weight: 400;">(1965), de Rudolf Schwarzkogler, e </span><em><span style="font-weight: 400;">Fantasia de Compensação</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2004), de Rodrigo Braga.</span></p> <p><strong>Palavras-chaves:</strong><span style="font-weight: 400;"> Corpo;</span> <span style="font-weight: 400;">Documentação; Olhar; </span><em><span style="font-weight: 400;">Performance</span></em><span style="font-weight: 400;">; Pós-formance.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Andrés Felipe Restrepo Suárez https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/965 A cerâmica como uma atividade contemplativa diante dos excessos da era digital 2025-04-11T13:28:41+00:00 Helena Hernández-Acuaviva acuaviva@us.es <p><span style="font-weight: 400;">Em nossos dias, com o aumento do uso de dispositivos móveis, o senso de contemplação e a pausa diante das imagens foram prejudicados. Em um mundo onde a superabundância de informações ameaça ofuscar o sentido do tato, a capacidade de atenção e o processo na arte, o objetivo deste texto é expor como a cerâmica surge como um ato de resistência. Sua prática, sendo física e material, convida a uma pausa, criando um momento e um lugar de descanso; uma alternativa ao onipresente espetáculo visual. Ao longo do artigo, discutiremos como essa arte tradicional, que pode consumir muito tempo para ser feita, também nos ajuda a parar e meditar sobre a sociedade frenética em que vivemos. Para isso, nos baseamos nas reflexões de pensadores como Byung-Chul Han e Zygmunt Bauman, entre outros, exibindo uma série de obras autorais que exemplificam de forma criativa o assunto tratado. Assim, pretendemos refletir sobre as possibilidades oferecidas pela cerâmica como uma proposta meditativa e artística para o mundo que habitamos, hoje condicionado por um olhar ligado aos dispositivos digitais. </span></p> <p><strong>Palavras-chave: </strong><span style="font-weight: 400;">Celulares; Cerâmica; Criação artística; Memória; Tempo.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Helena Hernández-Acuaviva https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/874 Olhos nos Olhos (ou respostas ao cartaz das Guerrilla Girls) 2023-08-16T20:39:44+00:00 Auana Lameiras Diniz auana.diniz@unesp.br <p><span style="font-weight: 400;">O texto a seguir apresenta uma montagem composta a partir de leituras de imagem, relatos, recriações e olhares opositores sobre a obra </span><em><span style="font-weight: 400;">As mulheres precisam estar nuas para entrar no Museu de Arte de São Paulo? </span></em><span style="font-weight: 400;">(2017), das Guerrilla Girls, em diálogo com outras imagens presentes na exposição de longa duração do Museu de Arte de São Paulo (MASP), entre 2018 e 2019. A proposta é um recorte/recomposição dos dados coproduzidos durante o trabalho de campo, realizado no museu no mesmo período, referenciada em metodologias da Pesquisa Educacional Baseada em Artes e nos campos da Mediação Cultural, História(s) da Arte e História Oral.</span></p> <p><strong>Palavras-chave: </strong><span style="font-weight: 400;">Leitura de imagem; Olhar opositor; Mediação Cultural; História da Arte.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Auana Lameiras Diniz https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/882 Entre brechas e armadilhas 2025-04-16T00:56:42+00:00 Christiane Lopes da Cunha christianedacunha73@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Apesar dos debates pós-coloniais terem contribuído largamente para uma maior consciência sobre as diversas camadas da violência imposta por diferentes sistemas e formas, padrões objetificantes ainda persistem. Em um momento em que mudanças no macroambiente terrestre, decorrentes da ação humana, demandam alternativas de pensamento, suas presenças obstruem necessárias mudanças de paradigmas. No cerne desse impasse, encontram-se embaralhados os chamados </span><span style="font-weight: 400;">“</span><span style="font-weight: 400;">Outros</span><span style="font-weight: 400;">”</span><span style="font-weight: 400;"> coloniais, humanos e extra-humanos.</span> <span style="font-weight: 400;">O artigo traça paralelos e entrecruzamentos do movimento da </span><em><span style="font-weight: 400;">virada da planta</span></em><span style="font-weight: 400;"> com o animismo, no plano histórico e cultural. Com foco nas relações entre humanos e vegetais, contextualiza historicamente o animismo e sua – ainda problemática – abordagem na atualidade, refletindo sobre a recepção e posicionamento dos conhecimentos que se encontram do outro lado da muralha das dicotomias excludentes. Neste contexto, lança a seguinte questão: seria possível evitar que movimentos – referentes à </span><em><span style="font-weight: 400;">virada da planta</span></em><span style="font-weight: 400;">, ao animismo e seus entrecruzamentos –, que hoje atravessam largamente a arte contemporânea, se dissipem como mais uma nova moda ou se tornem uma espécie de neocolonialismo? Para tal reflexão, o estudo aborda a relação da arte ocidental hegemônica com os saberes alteros, e se debruça sobre alguns exemplos de diferentes formas de atuação de artistas animistas contemporâneos, cujo trabalho – entre brechas e armadilhas, representação e representatividade – amplia o espaço social entre humanos e extra-humanos nas diferentes esferas das artes contemporâneas.</span></p> <p><strong>Palavras-chave:</strong><span style="font-weight: 400;"> Vegetal; Animismo; Antropoceno.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Christiane Lopes da Cunha https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/877 O incompreensível como método 2025-07-30T16:13:36+00:00 Rafael Augusto da Silva rafael.augusto-silva@unesp.br <p><span style="font-weight: 400;">O artigo propõe uma reflexão crítica sobre a abordagem dos livros canônicos e mais vendidas da historiografia da arte ocidental em relação à sua compreensão das artes indígenas. A partir do conto de Jorge Luis Borges </span><em><span style="font-weight: 400;">La Busca de Averróis</span></em><span style="font-weight: 400;"> (1974)</span> <span style="font-weight: 400;">– onde é narrado a tentativa do personagem em entender as palavras tragédia e comédia sem possuir o conceito de teatro – é defendido que historiadores da arte ocidentais tendem, igualmente, a não compreender as produções estéticas de povos indígenas, por partirem de categorias eurocêntricas de arte, beleza e fruição estética.</span></p> <p><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: Artes Indígenas; Historiografias da Arte; Novas epistemologias.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Rafael Augusto da Silva https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/994 A escultura Makonde moçambicana 2025-07-21T10:53:40+00:00 Evelyn Magalhães de Oliveira evelynoliveira84@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo deriva de uma pesquisa de mestrado concluída em 2023</span>, <span style="font-weight: 400;">que teve como foco a análise de elementos antropológicos e etnoculturai</span>s do povo Makonde de Moçambique, <span style="font-weight: 400;">no continente africano, bem como a investigação da dimensão estética de sua produção escultórica</span>. <span style="font-weight: 400;">A escultura Makonde constitui um símbolo de resistência durante o período de opressão colonial portuguesa, pois desempenhou um papel crucial no financiamento da luta pela independência de Moçambique. Sua originalidade também foi fundamental para a transformação cultural e o fortalecimento do movimento nacionalista do país. Essa análise visa enriquecer e disseminar uma perspectiva decolonial e singular sobre a arte do continente africano, indo além das relações étnico-raciais, para ressignificar elementos da cultura africana e afro-brasileira no contexto educacional brasileiro.</span></p> <p><strong>Palavras-chave: </strong><span style="font-weight: 400;">Arte; Educação; Escultura Makonde; África; Moçambique.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Evelyn Magalhães de Oliveira https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/1051 Da Aprendizagem Criativa à movência "embodied" nas interfaces entre Capoeira e Parkour 2025-07-29T18:42:38+00:00 Joelson Silva de Sousa corpoiesis.art@gmail.com Giuliano Gomes de Assis Pimentel ggapimentel@uem.br <p>Este estudo, parte de uma pesquisa doutoral em Educação Física na interface da Arte<span style="font-weight: 400;">, quer contribuir para o desenvolvimento de processos pedagógicos inovadores na hibridização do parkour com a capoeira. Explora aprendizagem criativa, processos criativos e estratégias pedagógicas por meio da pesquisa-criação (Paquin, 2019), em uma abordagem guiada pela prática. Ao revelar tecnologias corporais e lúdicas na e pela promoção da aprendizagem criativa e do </span><em><span style="font-weight: 400;">embodiment</span></em><span style="font-weight: 400;"> em educação física artista ou arte física, destaca a necessidade de mais estudos sobre essa interface pouco explorada.</span></p> <p><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: Aprendizagem criativa; Processo criativo; Parkour; Capoeira; Tecnologias lúdicas.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Joelson Silva de Sousa, Prof. Dr Giuliano Pimentel https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/982 Cartografia contra-colonial para a defesa do território sagrado na cidade de Caetité na Bahia 2025-05-02T21:26:11+00:00 Paula Regina Cordeiro paulareginacordeiro@gmail.com Thonny Hawany paulareginacordeiro@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Os terreiros de Candomblé são territórios gestados na encruzilhada afrodiaspórica. Esses locais possuem territorialidades específicas e recriam, dentro do Alto Sertão da Bahia, a possibilidade de cultuar os ancestrais (Egungun e Caboclos), Orixás e Ibejis.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Contudo, essas territorialidades continuam sendo ameaçadas, não mais pela força da Lei, mas pelo racismo que permeia a sociedade e se alia à atuação de empreendimentos de energia eólica. A instalação desses projetos no território provoca intensa especulação imobiliária, o que acentua ações de expropriação, a exemplo do que ocorreu em 2024, quando máquinas invadiram o território sagrado dos terreiros Ilé Àṣẹ Ojú Oòrùn e Ilé Àṣẹ Aiye ti Azoani, em Caetité, Bahia. Entretanto, esse movimento expropriatório também gerou uma resposta comunitária, com o povo de santo se mobilizando para defender seu território. Isso resultou na criação de uma cartografia contra-colonial, capaz de afirmar suas afrografias na cidade de Caetité e fortalecer a resistência e ação política dos terreiros mencionados. É sobre esse movimento que o presente artigo se debruça, organizando-se nos quatro tempos do Cosmograma </span><em><span style="font-weight: 400;">bakongo</span></em><span style="font-weight: 400;">, o que convida à sua leitura através da percepção espiralar do tempo-espaço.</span></p> <p><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: Ilé Àṣẹ Ojú Oòrùn; Ilé Àṣẹ Aiye ti Azoani; Cartografia contra-colonial; Afrografia; Expropriação territorial.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Paula Regina Cordeiro, Thonny Hawany https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/967 Sete cartas desenhantes para uma cidade cosmocênica 2025-07-29T18:49:26+00:00 Sávio Farias savioffarias@gmail.com <p class="western" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Neste artigo, relato o processo de criação das sete cartas desenhantes que realizei para Sobral (CE), </span></span><span style="font-weight: 400;">minha cidade natal e campo de pesquisa de minha investigação de doutorado em Artes Cênicas (PPGAC-UFBA), intitulada “Cosmografias de uma cidade cênica: arte, magia e natureza numa cápsula do tempo”. Estas cartas foram criadas com técnicas mistas e materiais diversos e representam uma correspondência visual com os elementos da natureza, astros e eventos celestes: água, terra, ar e fogo, o sol e a lua, culminando em um eclipse total. A investigação está situada no campo da Prática Artística como Pesquisa (PaR) em diálogo com a abordagem cartográfica, as práticas do caminhar e do deslocamento e a crítica de processos criativos. Essas cartas são inspirações e partes constitutivas de uma obra que acompanhou o desenvolvimento da minha tese de modo imbricado, interligando arte, criação e pesquisa.</span></p> <p class="western" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: Cartas desenhantes; Processo criativo; Cena e cidade; Pesquisa em Artes; Sobral-CE.</span></span></span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Sávio Farias https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/962 Sala de Aula em Cena! Mostra Skholé de Artes Cênicas 2024-11-25T12:21:22+00:00 Túlio Fernandes Silveira tulio.fs@hotmail.com Júlia Fernandes Lacerda juliateatro2@gmail.com Heloise Baurich Vidor heloisebvidor@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Apresenta-se neste texto os fundamentos do projeto </span><em><span style="font-weight: 400;">Sala de aula em cena! Mostra Skholé de Artes Cênicas</span></em><span style="font-weight: 400;"> da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) com base nas teorias investigadas no Grupo de Estudos, coordenado pela Profa. Dra. Heloise Vidor, vinculado à área de Pedagogia das Artes Cênicas. A partir de diálogos com Jacques Rancière (2015; 2022), Jan Masschelein e Maarten Simons (2021), Jorge Dubatti (2012), Heloise Vidor (2020) e da descrição e análise dos processos compartilhados na primeira edição da Mostra em 2023, evidencia-se o potencial da Arte/Artes Cênicas como matéria de estudos do currículo escolar da educação básica para a instauração de um espaço de suspensão, igualdade pedagógica e convivialidade. A Mostra configurou-se como lugar para a defesa e a visibilidade das Artes Cênicas e do Teatro que é realizado nas salas de aula das escolas da Grande Florianópolis (SC). </span></p> <p><strong>Palavras-chave: </strong><span style="font-weight: 400;">Escola; Teatro na Educação; Crianças e jovens; Pedagogia das Artes Cênicas.</span></p> 2025-08-14T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Túlio Fernandes Silveira, Júlia Fernandes Lacerda, Heloise Baurich Vidor https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/1012 O Teatro de Grupo paulistano e a encruzilhada 2025-03-07T13:28:25+00:00 Mariana Vaz de Camargo maricota.vaz@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Nas últimas décadas, verifica-se nas práticas e discursos de grupos teatrais paulistanos o crescimento de abordagens que desafiam a colonialidade e perseguem reparações históricas, epistemológicas e estéticas. Destacamos aqui algumas dessas propostas, cujos relatos provêm de uma cartografia dos projetos premiados pelas quarenta primeiras edições do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo (2002-2022). Inicialmente, apresentamos a metodologia da cartografia. Em seguida, recuperamos as propostas da “encruzilhada”, de Leda Maria Martins (1997; 2021), e da "pedagogia das encruzilhadas”, de Luiz Rufino (2019). O “cruzo” entre esses autores, voltados ao resgate, valorização e promoção das sabedorias ancestrais é aplicado às abordagens de coletivos teatrais paulistanos que desafiam as práticas e discursos hegemônicos. Eles estão organizados em três subgrupos: Teatro de Periferia, Teatro Negro e Teatro LGBTQIAPN+. Por fim, ressaltamos o convívio de dois movimentos antagônicos, evidenciando aspectos da disputa de padrão civilizatório em curso: de um lado, a extrema-direita e seu populismo reacionário (Lynch; Casimiro, 2022), e do outro, o "cruzo" do teatro paulistano, apoiado pelo Fomento ao Teatro, atuando na resistência democrática, em prol de valores dissidentes. </span></p> <p><strong>Palavras-chave:</strong><span style="font-weight: 400;"> Teatro de grupo; Encruzilhada; Reparações; Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. </span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Mariana Vaz de Camargo https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/919 "Steps Must Be Gentle" e a presença de Hart Crane na obra de Tennessee Williams 2024-12-11T16:26:44+00:00 Luis Marcio Arnaut de Toledo lmarcio@usp.br <p><span style="font-weight: 400;">A peça em um ato, </span><em><span style="font-weight: 400;">Steps Must Be Gentle – A Dramatic Reading for Two Performers</span></em><span style="font-weight: 400;"> (1980), de Tennessee Williams, tem seus aspectos não realistas investigados. São levantados os expedientes que apresentam digressão mimética, a fim de enquadrá-la como uma peça antirrealista: expressionismo, personagens irreais, ambientação e linguagem que se deslocam da realidade humana. Além disso, são analisadas as caracterizações dos personagens, o homem homossexual e a mulher divorciada – o poeta Hart Crane e sua mãe – nos contextos históricos, social e político do início da década de 1980. Conclui-se que a obra funciona majoritariamente como uma crítica ao final do governo de Jimmy Carter (1977-1981) e início da era Reagan (1982-1989), expondo personagens que estão à margem da campanha conservadora daquele momento histórico, abrangendo feminismo, homossexualidade e direitos humanos. Williams apresenta uma poética teatral que expõe a situação da mulher divorciada e do homem homossexual perante um Estado que negava licenças e condições democratas para a condição humana igualitária na sociedade imperialista e capitalista.</span></p> <p><strong>Palavras-chave:</strong><span style="font-weight: 400;"> Dramaturgia; Teatro; Era Reagan; AIDS.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Luis Marcio Arnaut de Toledo https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/1000 A violência como traço estrutural da sociabilidade brasileira e suas reepresentações em "Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalo" e "Sortilégio II" 2025-05-18T10:15:27+00:00 Rafael da Silva emaildorafael00@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O presente texto realiza análise comparativa entre as obras </span><em><span style="font-weight: 400;">Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalo</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Dione Carlos, e </span><em><span style="font-weight: 400;">Sortilégio II</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Abdias do Nascimento, tendo como ponto de partida a violência como traço estrutural da sociabilidade brasileira. A hipótese é que a produção artística brasileira, especialmente aquela dos novos agentes que ganham visibilidade a partir de meados do século XX, reflete um traço constitutivo da sociabilidade nacional, construída a partir do processo de colonização, de escravização e de periferização no mundo capitalista. O texto sustenta, ainda, que o processo de visibilização das manifestações culturais de sujeitos antes invisibilizados aponta para uma reorientação epistêmica que também se reflete nas obras analisadas. Por intermédio da análise comparativa dos textos, o artigo conclui ser possível afirmar que a violência é incorporada na produção cultural brasileira periférica como reflexo das violências constituintes da sociabilidade brasileira. Essa incorporação, no entanto, não é somente temática, mas um elemento da estética proposta pelas obras analisadas.</span></p> <p><strong>Palavras-chave: </strong><span style="font-weight: 400;">Dione Carlos; Abdias do Nascimento, Teatro; Violência; Cultura marginal.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Rafael da Silva https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/966 Laboratório de Criação Cênica Interseccional e o experimento cênico "Xica nos contou um sonho" 2025-07-10T02:41:40+00:00 Vanessa Biffon Lopes vanessa.biffon@unesp.br <p><span style="font-weight: 400;">Compartilho neste artigo as experimentações artísticas e pedagógicas elaboradas na condução de um projeto de extensão realizado no Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo. Durante três meses de Laboratório, foram abordadas perspectivas contracoloniais que consideram as relações étnico-raciais (Collins, 2019; hooks, 2021; Jecupé, 2020; Munduruku, 2010, 2019), de sexualidade (Núnez, 2022), de gênero (Aston, 1999; Collins, 2019; Diamond, 2011; Jesus, 2019), de classe (Brecht, 1967) e de território (Nascimento, 2018; Santos, 2001; Sodré, 1988) como materialidade e fundamentação para a criação teatral. Ali, também foi possível compreender como a interseccionalidade atua nas relações interpessoais dos (das/des) participantes. Ao final da prática laboratorial, um experimento cênico foi criado, nomeado </span><em><span style="font-weight: 400;">Xica nos contou um sonho</span></em><span style="font-weight: 400;">, inspirado na biografia da travesti negra Xica Manicongo e nos relatos pessoais dos (das/des) participantes. O experimento foi apresentado no Festival Feminista </span><em><span style="font-weight: 400;">Um território para nós</span></em><span style="font-weight: 400;">, também no Instituto de Artes da UNESP. </span></p> <p><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: Teatro; Interseccionalidade; Laboratório atoral; Extensão universitária.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Vanessa Biffon https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/987 "Cuidando da casa" e "M.U.L.H.E.R." 2025-03-07T14:20:51+00:00 Murilo Moraes Gaulês cenicas.murilogaules@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O texto analisa a performance </span><em><span style="font-weight: 400;">Cuidando da Casa</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2018), da Coletiva Elas, para pensar as relações estéticas e políticas presentes na intersecção entre as artes do corpo e o trabalho doméstico. Para isso, são evocadas autoras da literatura feminista em perspectiva pluriversal, como Sayak Valência (2010), Beatriz Nascimento (2018), Preta Rara (2019), Aza Njeri (2020) e Juliana Teixeira (2021), entre outras. A continuidade dessas perspectivas é trabalhada pelo Coletivo no espetáculo M.U.L.H.E.R. (2018), cujo exame também contribui para as reflexões apresentadas sobre o fazer em dança/performance/teatro e o serviço doméstico como trabalho braçal hierarquizado na perspectiva patriarcal e colonialista.</span></p> <p><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: Trabalho doméstico; Dança; Artes do corpo; Corpo-documento.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Murilo Moraes Gaulês https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/1078 Expediente 2025-08-07T09:08:49+00:00 Lucia Regina Vieira Romano lucia.romano@unesp.br 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Lucia Regina Vieira Romano https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/947 Espuma 2025-08-01T10:44:31+00:00 Ricardo Bezerra rbezerra63@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">Espuma é um poema visual sobre o cotidiano, composto de quatro partes: ESPUMA A,B,C,D. Nessa partilha da superfície da folha branca, tudo se constitui obra. Os personagens são seres do entorno da casa</span><span style="font-weight: 400;">, que surgem na experiência do trabalho e neles habitam. São, assim, a própria realidade. O texto carrega as imagens registradas da memória de uma cidade solar. </span></p> <p><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: Ensaio visual; Poema; Pintura; Poética da imagem.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Ricardo Bezerra https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/1048 Fazendo bem 2025-07-02T20:35:23+00:00 Diego Marques diegoalvesmarques@hotmail.com Felipe Nartis felipe_nartis@hotmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O presente texto é a tradução de um ensaio escrito pela artista, professora e pesquisadora estadunidense Suzanne Lacy, publicado originalmente em 2005. Apesar do intervalo de duas décadas, as questões abordadas neste ensaio permanecem prementes, ao discutirem aspectos estéticos, éticos e políticos bastante em voga ainda hoje. Ao colocar em diálogo as práticas da chamada arte engajada e o budismo engajado, a autora expõe os conflitos desencadeados pelas dicotomias inerentes a uma certa mentalidade ocidental em que a noção de bem privilegia o indivíduo, em detrimento de determinadas acepções de coletividade. Para tanto, Suzanne Lacy parte de experiências pessoais, artísticas e pedagógicas, em uma conversa com artistas contemporâneos, estudiosos budistas e o contexto ativista da segunda metade do século XX, a fim de repensar relações entre arte, política e espiritualidade na vida cotidiana.</span></p> <p><strong>Palavras-chave</strong><span style="font-weight: 400;">: Arte Contemporânea; Budismo Engajado; Arte Engajada; Arte Pública; Cotidiano.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Diego Marques, Felipe Nartis https://periodicos.ia.unesp.br/index.php/rebento/article/view/1046 O balé como tabu 2025-07-12T15:46:49+00:00 Henrique Rochelle rochelle.hrq@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">A cena profissional da dança em São Paulo parece avessa ao balé. Ainda que a formação de gerações de bailarinos passe pela técnica da dança clássica, historicamente a cena profissional restringe o balé à formação, frequentemente excluindo sua possibilidade de realização estética. A partir de entrevistas realizadas com diretores e artistas da dança, bem como de uma revisão da literatura sobre a história da dança em São Paulo, e da discussão de importantes políticas públicas para a dança na cidade, este artigo traça a presença do balé em São Paulo e a rejeição a essa forma de dança pela capital símbolo do modernismo brasileiro. Este panorama destaca as raízes da dança moderna em São Paulo, processos e grupos históricos na popularização de formas que se opõem à estética clássica, propostas relevantes de políticas públicas para a dança, e a constante dificuldade da profissionalização do balé, percebida, também, como uma rejeição ao próprio termo, um tabu da dança em São Paulo.</span></p> <p><strong>Palavras-Chave</strong><span style="font-weight: 400;">: História da dança; Balé; São Paulo; Políticas públicas.</span></p> 2025-08-07T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2025 Henrique Rochelle