Música em Foco

Educação na infância

Lucas G. Debortoli — 2023-08-14

O presente artigo introduz os autores Johann H. Pestalozzi e Shinichi Suzuki, suas histórias, obras e principais ideias, colocando-os em diálogo e observando assuntos que compartilham em suas obras. Mesmo desenvolvendo suas propostas em tempos e lugares diferentes, cada um na sua área específica de atuação (educação e educação musical), são dois autores que marcaram a história e mudaram a forma de ver a educação. Apresenta-se aqui a biografia e o diálogo entre os autores sobre alguns assuntos, como o papel dos pais no processo de educação, a intuição, o afeto e o amor no processo de aprendizagem, e a formação do cidadão e do caráter, assunto recorrente e bastante explorado na obra de ambos os autores. Mesmo não havendo registros do contato direto de Suzuki com a obra de Pestalozzi, sabemos que as ideias do último autor estavam em circulação por toda Europa e que certamente Suzuki teve contato com alguma delas. Embora compartilhem alguns assuntos em suas obras, suas perspectivas e, principalmente, práticas, eram significativamente distintas. É de grande valia conhecer a obra de ambos e pensar a criança e a educação sobre suas perspectivas.

A presença no isolamento

Mariana Talamini — 2023-08-14

Este artigo surge de uma pesquisa de Iniciação Científica idealizada em 2019 e iniciada em março de 2020. Ressalta-se aqui o período em que foi realizada, pois o projeto de pesquisa não vislumbrava os duros impactos das medidas sanitárias, especialmente o isolamento social, impostos pela pandemia de COVID-19. Desde o princípio, o objeto de investigação foram os artistas de rua que tocavam na Avenida Paulista; entretanto, diante desse cenário, o elemento “rua” deixou de existir, no que diz respeito às práticas musicais. Portanto, através da reestruturação do projeto e da utilização de novas metodologias, pude acompanhar os processos de adaptação e reinvenção dos artistas de rua no meio digital. Neste artigo, apresento as ferramentas metodológicas utilizadas para reconstrução do campo, bem como as ferramentas usadas pelos artistas para a continuidade de suas práticas musicais desde o início da pandemia. Por ter a internet como mediadora de todas as etapas dessa pesquisa, proponho reflexões em torno das ausências e prejuízos causados pelo acesso não democrático ao ambiente digital.

Violão no século XIX

Gabriel de Aguiar Ammirati — 2023-08-14

Este artigo tem como objetivo auxiliar na compreensão histórica do violão no Estado de São Paulo no século XIX, entre os anos de 1875 e 1899. Para isso, foram consultados periódicos do acervo digital do jornal “O Estado de S. Paulo”, bem como publicações acadêmicas sobre o assunto, de forma a enriquecer o entendimento acerca dos dados verificados. Os resultados apontam uma notória divisão fomentada pelas diferenças sociais e salientadas tanto pelo repertório quanto pelo ambiente onde se fez presente a atividade violonística; entretanto, tais fatores não alteram a constituição de uma cultura violonística nacional transversal dada à existência do amplo panorama artístico local.

Ensino online de instrumento e a pandemia

Thayná Bonacorsi — 2023-08-14

A pandemia de COVID-19 exigiu adaptações e alterações no ensino de instrumentos musicais em todas as instituições e em todos os níveis. As experiências e a rotina de aulas dentro do que Dora Queiroz (2020) chamou de Ensino Remoto Emergencial (ERE) geraram diversos artigos sobre pedagogia do instrumento e sua relação com a tecnologia. No presente artigo, discutiremos o papel da tecnologia nos modelos de ensino de instrumento, suas interferências e os caminhos que se apresentaram durante a flexibilização das medidas de segurança, utilizando o exemplo do Projeto Primeira Nota, uma parceria entre a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Prefeitura de Campinas.

Do trio elétrico ao eletrônico

Ana de Almeida Andrade — 2023-08-14

O presente artigo, através da metodologia de pesquisa bibliográfica, analisa a trajetória da música do carnaval de rua de Salvador, e demonstra como a mesma nunca esteve fechada a avanços tecnológicos e influências externas. A partir da inovação da guitarra baiana e do trio elétrico em 1950, com suas influências do frevo, samba e chorinhos, procura-se descrever como a música soteropolitana carnavalesca chegou na sonoridade de bandas como Baiana System, que incorporou fortemente a música eletrônica em seu repertório. O movimento da Axé Music também não dispensou a rápida utilização de teclados e sintetizadores modernos. A cultura experimental antenada dos músicos e artistas do carnaval de Salvador, impulsionados por novos equipamentos e tecnologias, bem como a popularização dos meios de produção musical, criaram uma nova estética pósaxé music.

O rapper que repensou o Brasil

Gustavo Silva Sousa — 2023-08-14

Emicida já é um músico consolidado não só na cena do hip-hop – especificamente o rap – mas também no campo da música hegemônica comercial brasileira. Após lançar, em 2015, o álbum Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa, o rapper passa por um hiato de novos discos até que, em 20 de novembro de 2019, coloca na rua AmarElo. Este trabalho tem como objetivo analisar a letra da primeira faixa: Principia. Em nossa perspectiva, ela expressa dilemas sociais e políticos da contemporaneidade e aponta caminhos para tais questões.

Revista Música em Foco

Equipe Editorial — 2023-08-14

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